Boxe feminino

Boxe feminino da Bahia é referência no mundo

Enquanto alguns homens fazem comentários preconceituosos a cerca do sexo feminino, Adriana Araújo não para de aumentar o número de título conquistado no boxe olímpico

Luciano Lopes (luciannolopes@yahoo.com.br)

 

Adriana Araújo é atleta olímpica da seleção brasileira de Boxe Feminino Amador, solteira, possui 28 anos, costuma dividir seu tempo entre refeições, descanso, e muito treino. Possui cerca de doze títulos conquistados em sua carreia de pugilista, entre eles, o Campeonato Paulista e o Sul-Americano de 2010.  Possui uma rotina muito puxada na Academia Champion, com o técnico Luíz Dórea, no bairro da Cidade Nova. “Chego à sala de treino da Champion por volta de oito e meia da manhã, e treino cerca três ou quatro horas até mais ou menos o meio dia. Vou pra casa descansar no bairro de Brotas, e depois à tarde faço um trabalho com peso e aeróbica, próximo de minha casa, na Cruz da Redenção,” comenta. Da Praça da Cruz da Redenção, em Brotas, Araujo fala de sua rotina que gera e contribui com a manutenção de seu sucesso no boxe feminino.

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Repórter – Você já sentiu algum tipo de preconceito?

Araujo – Antigamente sim. Mas hoje não sofro mais com o preconceito. Lá na academia encontro colega de trabalho que pensa de forma atrasada, e que costuma falar que lugar de mulher é dirigindo fogão e ficar cuidando da casa. Hoje conto com o apoio de minhas amigas, mas infelizmente ainda existe pessoa que pensa dessa forma.

Repórter – Você já está se preparando para as Olimpíadas de Londres 2012?

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 Araújo – Minhas expectativas são as melhores. A minha preparação inclui desde trabalho físico ao psicológico. Eu e Érica Matos, título de Melhor das Américas ao derrotar a argentina Paola Bonavides, temos chances reais, mais até que o masculino, porque estamos num nível inigualável às européias, às asiáticas e americanas. Hoje meu foco está na preparação para o Mundial nas Bahamas em outubro de 2010 e para o Pan Americano. 

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Repórter – Como é feita a divisão por categoria no boxe feminino, e há alguma dificuldade na migração de uma a outra?

Araujo – Competições como os Jogos Pan Americanos e as Olimpíadas são divididas em três categorias por peso: até 51, até 60 e até 75 quilos. Controlo meu peso em 60 kg há nove anos, mas para mim hoje é sacrificante manter esse peso, que costuma variar para 64, 68 e até 71 quilos.

Repórter – Qual é a principal diferença entre o boxe amador e o profissional?

Araujo – No boxe amador ou boxe olímpico, é obrigatório o uso de capacete e as lutas ocorrem em até quatro rounds. Os lutadores profissionais lutam sem o acessório de cabeça e até 12 rounds.

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Repórter – Como você se mantém? Possui algum patrocínio?

Araujo – Conto apenas com o patrocínio do Governo Federal, por meio do Ministério do Esporte, que me fornece a Bolsa Atleta há quatro anos. Esse benefício serve para manter minha alimentação, viagens, suplemento, transporte, atendimento médico e nutrição.

Repórter – Qual seu grau de instrução?

Araujo – Tenho o segundo Grau completo.

Repórter – Você pretende continuar seus estudos?

Araujo – Em meios a outras, a minha meta para depois de 2012 é voltar a estudar, pois eu não tenho estabilidade aqui em Salvador. Não temos um lugar fixo para ficar, até porque a Seleção Brasileira de Boxe fica no estado de São Paulo, e às vezes treino aqui em Salvador. Nesse meio termo deixei de fazer muita coisa; são 10 anos que deixei de  estudar. Gostaria de entrar na faculdade no curso de fisioterapia, mas vai ficar para 2012.    

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Repórter – Como começou sua carreira?

Araujo – Comecei a praticar esporte no futebol, mas depois fiquei cerca de oito meses parada, e daí comecei a engordar muito. Um amigo me levou a uma academia em Brotas, e comecei a treinar com o professor Rangel Almeida. Inicialmente, o meu objetivo era emagrecer. Fiquei cerca 10 meses com instrutor e neste período ele viu que evoluí muito e me perguntou se eu queria lutar e participar de campeonatos. Eu disse que sim. Daí ele me levou até o professor Luís Dórea, que foi o responsável pelo meu amadurecimento com o atleta.

Repórter – O que o boxe representa para você?

Araujo – O boxe é minha paixão. É meu trabalho e é com ele que sobrevivo. Eu deixei meu trabalho na COELBA e dei um tempo para meus estudos para viver com muita dedicação ao esporte.

Repórter – Como você se alimenta? Há muita restrição?

Araujo – Mudei minha alimentação, quase não consumo bebidas alcoólicas, e quando bebo é pouco e somente para comemorar um campeonato. Já os alimentos gordurosos, bolos e doces, esses raramente como.

 

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